A mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans) é um inseto de aparência semelhante à mosca comum, porém causa prejuízos consideráveis à produção de gado de leite e corte. Atualmente, a praga está causando preocupação aos pecuaristas, pois a infestação aumentou muito no último ano. Alguns estados como São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso estão passando por um estado de alerta em relação ao crescimento da contaminação.
Não só os bovinos são atingidos pela mosca-dos-estábulos, mas a perda de peso no gado é considerável, chegando até a 30% nos animais infectados. A produção de leite cai drasticamente, gerando imensos problemas. Ela se alimenta do sangue dos animais, principalmente equinos e bovinos, e pode levar à morte. É encontrada próximo a estábulos e currais, geralmente.
Os insetos atacam o lombo e patas, deixando os animais muito incomodados. Eles se esfregam uns nos outros, ficando juntos. Mexem o rabo e as patas o tempo todo, sentindo dor e incômodo. Forma-se uma ferida no local, e sentem muita coceira.
Nos últimos anos tem sido registrados surtos nas proximidades das usinas sucroalcooleiras. Esse tipo de inseto gosta de material seco (como palha) que esteja umedecido por fezes e urina de animais. Sendo assim, o material que é descartado na colheita da cana-de-açúcar se tornou um ambiente perfeito para sua reprodução. O resíduo sólido da filtragem do caldo da cana-de-açúcar e a palha da cana misturada com a vinhaça ou vinhoto são os principais locais de desenvolvimento e multiplicação de moscas nas usinas de cana-de-açúcar.
Outros resíduos como feno também podem, se misturados aos dejetos, se tornarem ambiente propício para que as moscas se desenvolvam e ataquem o gado. Alguns adubos usados de forma inadequada também podem colaborar: a cama de frango é um deles.
Para evitar o surto de mosca-dos-estábulos, devemos reforçar a higiene do local onde os animais dormem ou comem, limpando sempre os dejetos. Também é importante destinar corretamente a matéria orgânica (como restos de comida), pois as moscas aproveitam para se reproduzir ali. O correto manejo sanitário das propriedades rurais é a peça-chave para a prevenção do surto. Recomenda-se dar destino adequado aos restos orgânicos sempre. Uma boa ideia é usar compostagem, além de cuidar da drenagem do terreno (evitando poças).
Uma forma de ajudar a prevenir a doença é o uso de inseticidas na forma de pulverização ao redor do local onde ficam os animais, ou também o uso de inseticidas aplicados no dorso do animal.
Equipe TudoVet